terça-feira, setembro 24, 2013

Tatyana Fazlalizadeh a dar mau nome ao feminismo...

Bem, eu sei que isto é um site a gozar com os FROUXOS, com propósitos cómicos ou catárticos, mas apesar disso este site rege-se segundo um princípio, o da anti-submissão de género, seja de homens para mulheres ou de mulheres para homens, e a de denúncia dos problemas emocionais que o homem do século XXI enfrenta (que raramente é denunciada). Preparem-se que vem aí post sério.

Há uns dia atrás alguém publicou uma notícia no facebook, sobre uma dita obra de arte urbana intitulada "Stop telling women to smile", que visava à intervenção social a fim de dizer às mulheres para parar de sorrir quando são assediadas na rua. À primeira partida pareceu-me estúpido, não posso mentir. Mas como não confio nas primeiras impressões, preferindo sempre explorar um pouco mais, lá cliquei na notícia. E o resultado foi francamente algo que me magoou um pouco enquanto homem, para além de ser estúpido.

Há uma coisa que tem de ser clarificada desde já. Eu sou feminista. Pelo menos no sentido tradicional da coisa. Eu sou a favor da igualdade dos sexos, até porque muita prosperidade para a sociedade trouxe o facto das mulheres terem empregos, por exemplo, ou emancipação sexual feminina, para felicidade da sexualidade global.

O que muita gente não se apercebe é que o feminismo, tal como é inevitável acontecer aos movimentos sociais vencedores deixou de ter um propósito. Sejamos sinceros, as feministas conseguiram todos os seus pressupostos básicos, nomeadamente a educação sexual, o direito ao voto, empregabilidade feminina, licença de parto, destruição do ideal de mulher "fada-do-lar" do pós-guerra... e posto isto, já não há grandes motivos ao nível global para o feminismo existir. Assim, surge a necessidade de explorar um propósito para dar ao movimento, e aí surgem os desafios emocionais com que a mulher moderna se depara.

Então vejamos... tínhamos mulheres a lutar por igualdade social e profissionais, igualdade sexual... e agora o movimento de ouro feminista é uma tal de slut walk, que reivindica o direito de uma mulher se vestir como quer sem ser chamada de puta (com toda a relatividade que existe nisso, porque nenhuma mulher vai na rua e é chamada literalmente de puta. Se fazem isso na tua zona e és mulher então vives no sítio fodido dos cornos, diga-se de passagem). Se isto é a principal razão que leva as mulheres a ir para a rua agitar cartazes então peço desculpa mas eu tenho problemas maiores e mais com que me preocupar. Tipo, a sério? E isto vindo do gajo mais humanista de Portugal.Porque não intervir internacionalmente em algo realmente importante, como a abolição de mutilação genital africana?

A par das Slut Walks, surge agora também esta moda do "Anti-Piropo"... E a arte do anti-piropo... e a legislação do anti-piropo... e a estupidez do anti-piropo. E isto tem desde já alguns pressupostos lixados que tiram credibilidade à coisa perante os meus olhos. Apesar de eu estar completamente de acordo e solidário de que até podem haver gajos muito creepy e necessitados por aí, estes não são de todo a maioria. Ao mesmo tempo, também não sejamos inocentes, porque também há uma percentagem considerável de mulheres (não sei se são a maioria ou não), que gosta de ouvir piropos. O que não há nada mais humano do que uma pessoa se sentir apreciada num dia menos bom (atenção, não estou a dizer que todas as mulheres querem ouvir piropos, estou a dizer que algumas não se importam).

Depois, a incongruência do anti-piropo: Defendem a liberdade sexual, com mulheres constantemente a queixarem-se que "uma mulher que come muitos é puta, um homem que come muitas é  maior", mas depois passam esta mensagem quase que assexuada, como se fosse preciso tirar um requirimento para exercer algo tão natural ao ser humano como o cortejamento. O que é particularmente problemático numa geração de homens que passa a vida em frente à PS3 a tocar ao bicho e fumar ganzas, problemático numa geração de homens que vê constantemente na publicidade que precisar de comprar isto e aquilo para impressionar as mulheres por obrigação ou vê o herói dos filmes a rebentar mundos e fundos para ter uma mulher como recompensa, o que telegrafa a mensagem que o homem não é bom o suficiente para ter uma mulher e que precisa de impressionar 24/7. E isso também magoa as mulheres porque estão à espera de um homem que as venhas impressionar... e se ninguém está a rebentar mundos e fundos por ela... que é praticamente nunca... isso, no final, cria um sentido de falta de valor (em homens e mulheres).

Passando ao que interessa. O que eu não gostei da exposição da senhora Tatyana Fazlalizadeh são as fotos e as frases, que partilho com vocês. Começemos por esta:



A imagem diz algo do género " A sério, se eu quisesse que tu metesses conversa comigo, tu sabias". Eu não sei qual foi a intenção dela em escrever isto, mas para mim há duas interpretações possíveis...A primeira é que se fores atraente podes meter conversa. Se não fores, então chega para lá! Isto não só não é emancipação feminina como é discriminação contra os homens. Ao mesmo tempo, pode ter outra interpretação: Ela faz-se a ti se estiver interessada. Isto não só não é emancipação feminina como é discriminação contra os homens. Pois está apenas a permitir assertividade sexual às mulheres e não aos homens, o que significa que não há uma igualdade de direitos. Agora mulher pode fazer-se a um gajo e não o contrário?



A psicologia por detrás deste cartaz é interessante: Acham mesmo que um homem que vai na rua vê uma mulher e pensa "Eh lá! Olha ali um ganda entertenimento! Vou buscar pipocas e óculos 3D!". Acham mesmo que quando um homem aborda uma mulher vai com a ideia de " Epá, vou-me meter com esta gaja para o riso". Claro que não! Somos todos humanos. As hipóteses são que o homem deve estar nervoso apesar de não aparentar por fora porque... sabem como é... é isso que acontece em todas as situações normais de cortejamento a homens e mulher. A conclusão desta mentalidade é óbvia: Uma projecção de uma concenpção errada do homem comum. Os únicos homem que eu vejo a  meterem-se com as mulheres por uma questão de entretenimento são os pedreiros, e não se justifica uma campanha destas só para parar o assédio do trolha contemporâneo.





Estas duas fotos também são bem ilustradoras do mediocridade do feminismo: É tudo uma lógica de "Vamos mostrar como os homens discriminam as mulheres ao defendermos-nos com uma atitude completamente mal-educada e desnecessário." Uma espécie de vibe do "Vamoss mostrar que os homens são uma merda ao sermos pior que eles" em vez de "canalizar energias" para algo melhor.



Yap. Mas apenas se as mulheres deram motivos também para sorrir. Isto é um trabalho de complementaridade entre seres humanos... porque senão, meu amigo, és um FROUXO.

A sério...em jeito de conclusão há mais uma ideia que deixo aqui contra toda este lógica. Talvez a lei básica de todo o convívio. Eu reforço que compreendo todas as críticas feministas, mas a questão é que toda a gente é livre de dizer o que quer. Se a outra parta de duas merdas por isso ou não também faz parte da sua liberdade intrínseca, e no fim toda a gente fica feliz.

Que importa se alguém pensa que és uma puta ou um entretém? Se sabes que não és então estás segura de ti e não tens razões para te sentires ofendida. E no final é a tua consciência que importa.